Sávia Dumont é escritora e integrante do Grupo Matizes Dumont, formado por artistas de uma mesma família, de Pirapora, Minas Gerais.
Sávia e as irmãs começaram a ilustrar livros com bordados em 1988.
Entre os trabalhos realizados pelo grupo estão as ilustrações do livro Exercícios de ser criança, de Manoel de Barros, que ganhou o Prêmio Jabuti na categoria Ilustração de Livro Infantil e Juvenil, em 2000.
A escritora assina também o texto dos livros Candinho, Os Meninos que viraram estrelas, ABC do Rio São Francisco, entre outros.
Texto trabalhado nos Grupos de Estudo do Apoio:
“Quem vai ao Mato Grosso se encanta com o céu
estrelado. Conta-se por lá que as estrelas nasceram da amizade entre uns
indiozinhos e um beija-flor, que sempre os acompanhava em suas estripulias.
Certo
dia, as índias da tribo foram colher milho para fazer comidas gostosas para
seus maridos, que estavam caçando. Depois de debulhar as espigas,
cantando despreocupadas, puseram os grãos para secar ao sol. Enquanto o milho
secava, as índias foram se banhar no rio.
Os
curumins observavam tudo aquilo loucos para que o milho secasse logo
e eles pudessem comer afinal os quitutes prometidos. Mas não tiveram
paciência de esperar. Pediram à avó, já bem velhinha, que fizesse logo um
bolo para eles. Tanto insistiram, que a vovó fez o bolo, devorado por
eles num abrir e fechar de olhos.
O
papagaio tagarela, que a tudo assistia, ameaçava:
-
Vou contar tudo para as índias. Vou contar que vocês usaram o
milho e encheram a barriga com o que era guardado para os
guerreiros... Vou contar tudo – repetia.
Com
medo de levar uns bons cascudos, os curumins foram correndo se esconder na
mata.
Assim
que as índias retornaram à aldeia, o papagaio deu com a língua
no bico. Contou o acontecido, tintim por tintim. As mães dos meninos ficaram
furiosas e prometeram uma surra
bem dada quando eles aparecessem.
Sabendo
o que os esperava, os indiozinhos passaram a tarde emendando um no outro
os cipós da floresta. Agarraram-se então na corda comprida que assim fizeram e pediram ao amigo beija-flor que pegasse a ponta do
cipó no bico e voasse o mais alto que pudesse. E lá se foi a avezinha, levando para o céu o cipó apinhado de meninos.
As
índias, desesperadas, chamavam o beija-flor de volta. Mas quanto mais
elas chamavam, mais alto ele voava.
À
medida que iam subindo, os meninos choravam, e cada lágrima que caía
virava uma estrela solta no ar. Fascinados, os curumins continuaram
a brincadeira e não voltaram mais para a aldeia. Ficaram morando
no céu.
Fez-se
um colar imenso de estrelas. Quando a saudade bate forte, mães e filhos trocam
olhares. Dizem que em cada estrela que brilha desvenda-se um segredo do
Universo.
Assista também, no link abaixo, ao episódio completo:
A história completa de Sávia e sua família, você pode conhecer no link do site NOSSA HISTÓRIA:
Nenhum comentário:
Postar um comentário