domingo, 7 de julho de 2019

Ilustrações através de bordados maravilhosos

Sávia Dumont é escritora e integrante do Grupo Matizes Dumont, formado por artistas de uma mesma família, de Pirapora, Minas Gerais. 
Sávia e as irmãs começaram a ilustrar livros com bordados em 1988. 
Entre os trabalhos realizados pelo grupo estão as ilustrações do livro Exercícios de ser criança, de Manoel de Barros, que ganhou o Prêmio Jabuti na categoria Ilustração de Livro Infantil e Juvenil, em 2000.

A escritora assina também o texto dos livros CandinhoOs Meninos que viraram estrelasABC do Rio São Francisco, entre outros.
Texto trabalhado nos Grupos de Estudo do Apoio:


           “Quem vai ao Mato Grosso se encanta com o céu estrelado. Conta-se por lá que as estrelas nasceram da amizade entre uns indiozinhos e um beija-flor, que sempre os acompanhava em suas estripulias.
            Certo dia, as índias da tribo foram colher milho para fazer comidas gostosas para seus maridos, que estavam caçando. Depois de debulhar as espigas, cantando despreocupadas, puseram os grãos para secar ao sol. Enquanto o milho secava, as índias foram se banhar no rio.
            Os curumins observavam tudo aquilo loucos para que o milho secasse logo e eles pudessem comer afinal os quitutes prometidos. Mas não tiveram paciência de esperar. Pediram à avó, já bem velhinha, que fizesse logo um bolo para eles. Tanto insistiram, que a vovó fez o bolo, devorado por eles num abrir e fechar de olhos.
            O papagaio tagarela, que a tudo assistia, ameaçava:
            - Vou contar tudo para as índias. Vou contar que vocês usaram o milho e encheram a barriga com o que era guardado para os guerreiros... Vou contar tudo – repetia.
           Com medo de levar uns bons cascudos, os curumins foram correndo se esconder na mata.
         Assim que as índias retornaram à aldeia, o papagaio deu com a língua no bico. Contou o acontecido, tintim por tintim. As mães dos meninos ficaram furiosas e prometeram uma surra  bem dada quando eles  aparecessem.
            Sabendo o que os esperava, os indiozinhos passaram a tarde emendando um no outro os cipós da floresta. Agarraram-se então na corda comprida que assim fizeram e pediram ao amigo beija-flor que pegasse a ponta do cipó no bico e voasse o mais alto que pudesse. E lá se foi a avezinha, levando para o céu o cipó apinhado de meninos.
            As índias, desesperadas, chamavam o beija-flor de volta. Mas quanto mais elas chamavam, mais alto ele voava.
            À medida que iam subindo, os meninos choravam, e cada lágrima que caía virava uma estrela solta no ar. Fascinados, os curumins continuaram a brincadeira e não voltaram mais para a aldeia. Ficaram morando no céu.
            Fez-se um colar imenso de estrelas. Quando a saudade bate forte, mães e filhos trocam olhares. Dizem que em cada estrela que brilha desvenda-se um segredo do Universo.  
Assista também, no link abaixo, ao episódio completo:


A história completa de Sávia e sua família, você pode conhecer no link do site NOSSA HISTÓRIA:

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